Ando achando a sociedade
brasileira muito melindrosa. Em parte, penso que isso seja influência direta
dos meios de comunicação ao propalar, aos quatro ventos, o que vem sendo dito
pelos mais variados tipos de pessoas, passando por políticos, defensores dos
direitos humanos, ambientalistas e alguns pensadores. Tudo hoje tornou-se
ofensa. Se uma pessoa te atende mal em um restaurante, por exemplo, e você
achar ruim e protestar contra essa pessoa, isso é politicamente incorreto.
Se por acaso for negro, sua indignação com o atendimento ruim pode passar quase a ser interpretado como racismo. Se você diz que não gosta de flanelinhas que, na quase totalidade das vezes, cometem crime de extorsão, dirão que você é preconceituoso com o pobre que está ali, te cobrando pra que você possa utilizar o espaço público. E dirão ainda que você está equivocado porque o flanelinha é um produto da sociedade. Não. Não é simples assim. Muitas pessoas vieram de berços humildes e, por meio de estudo e trabalho honesto, venceram na vida. Exemplos assim, não faltam.
Se eventualmente você dá uma
palmada no seu filho, é quase condenado à masmorra porque, afinal de contas,
não se bate em criança. Se palmada não funcionasse em determinados momentos,
nossas avós e bisavós estariam enganadas durante todos esses anos? Com algumas
palmadas chegamos a aprender algum limite, sim. Logicamente, antes que me
acusem de ser defensor da violência, digo que não se trata de espancamento,
certo?
O ecologicamente correto então, este, tornou-se insuportável. É claro que devemos preservar o meio ambiente para nós e para as gerações futuras. Mas daí a te multar caso você bata o carro na árvore ou proibir supermercados de fornecerem sacolas plásticas, com a justificativa do político-ecologicamente correto é demais pra mim. É fazer dinheiro em cima de desculpas esfarrapadas. Bater o carro numa árvore pode ser um acidente, ora. O motorista não teve a intenção de destruir a natureza. Quanto à sacola plástica, basta termos educação na escola sobre como usá-las e não simplesmente proibi-las. Os empresários supermercadistas agradecem.
O tanto de radares instalados a
cada dia que passa se torna uma fábrica de dinheiro para governos do país
inteiro. A justificativa politicamente correta, é claro, radares em defesa da
vida! É lógico que precisamos valorizar e defender a vida, mas, onde estão
disciplinas como educação no trânsito nas escolas, sobretudo nas públicas? Essa
não tem. Pela via da multa é mais cômodo e rende mais dinheiro, obviamente.
Desarmaram o cidadão de bem. Com o crescimento da violência, com casas arrombadas, assaltadas, filhas e esposas estupradas, ter um revólver em casa é praticamente um pecado. Precisamos é de esperar a polícia que, via de regra, demora horas para atender a um chamado. Não defendo cidadãos andarem armados nas ruas, mas, e dentro da própria casa? Melhor não. Não é politicamente correto. O correto é ser assaltado, agredido e estuprado.
Um abraço fraterno,
Douglas Amorim